Dilma
entra para a História pela porta
reservada para os grandes
Por Alexandre Périgo
Dilma no
Senado escreveu uma das mais belas páginas de resistência da República
brasileira.
Esbanjou altivez em defender-se dignamente, mesmo sabedora da mera
formalidade do cerimonial em curso, dada a certeza do golpe.
Valem as palavras
de Darcy Ribeiro: ainda que derrotados, detestaríamos estar no lugar de quem
nos venceu.
Afirmo
categoricamente: Dilma no
senado federal escreveu uma das mais belas páginas de resistência da república
brasileira.
Seu discurso emocionou; arrisco até dizer que nunca me
senti tão representado por um político.
Em toda
minha vida.
Dilma mostrou
muito do que havia escondido durante os últimos anos.- por fisiologismo,
inabilidade ou necessidade política, já não mais importa.
Transbordou
a coragem da menina torturada durante a ditadura militar para peitar os
golpistas civis e os detentores do capital.
Esbanjou
altivez em defender-se dignamente, mesmo sabedora da mera formalidade do
cerimonial em curso, dada a certeza do golpe.
E,
principalmente, destilou caráter e postura dignos de estadista.
Tudo olho no
olho, como só os valentes sabem fazer.
Me orgulho
de dividir a trincheira com essa guerreira.
Suas
palavras deixaram os golpistas desnudados – e para nós, que estamos a engolir
jiboias desde que o bandido Eduardo Cunha iniciou a falácia do impeachment,
esta foi uma vitória simbólica.
Porque ainda
que derrotados, Dilma,
todos nós e a jovem democracia brasileira,
vale repetir as palavras do mestre Darcy Ribeiro: detestaríamos estar no lugar de quem
nos venceu.
A brava
mineira de acento gaúcho sai enfim do planalto e adentra a história pela porta
reservada aos grandes.
E passa
também a viver no seleto rol daqueles que admiramos atemporalmente.
Via: pragmatismopolítico