VOCÊ QUER SAÍDA MILAGROSA? EU, NÃO!
Como já lhe falei algumas vezes amiga Isabel, particularmente quero mais é que o "circo prenda fogo".
Ao encontrar esse texto do professor Jeosafá, fico a imaginar que não estou só nesse contexto. Não há alegria nessa constatação pois, não há mais o que esperar e o que estamos a esperar não acontecerá de um dia para o outro. Veja abaixo na postagem do professor o que quero dizer com isso. Um grande abraço.
Chico Mello
Há quem sonhe, deseje, torça e
delire por uma solução rápida, salvadora e milagrosa para a atual crise
brasileira, eu, não. Desse buraco em que o golpe de Estado nos afundou não se
sai nem de uma vez, nem por passe de mágica.
A atual crise e seu desenrolar tem um caráter pedagógico que um eventual "milagre" econômico ou político desperdiçaria. Quando acreditou no golpe ou se manteve neutra em face da deposição de Dilma Rousseff, grandes parcelas da população apostou sua sorte numa espécie de tudo nada: era só tirar a presidenta que tudo melhoria. Agindo assim, considerou seu voto com o mesmo peso de uma carta de baralho, sem considerar que eleições não são jogo de azar, em que uma rodada ruim pode ser salva por uma onda de sorte.
Na política não há sorte: quando apostou seu emprego, seu poder de compra, sua perspectiva de futuro no cassino viciado do atual Congresso Nacional, o brasileiro que se vestiu de amarelo para xingar Dilma Rousseff e pedir de intervenção militar ao linchamento de quem usasse camisa vermelha, agiu movido por impulsos os piores imagináveis, o principal deles o ódio.
O prolongamento da crise e a falência daqueles nos quais os raivosos da camisa amarela apostaram suas fichas permite que eles, passado o surto psicótico do ódio insuflado pela rede Globo, assistam as consequências de suas ações, reflitam sobre elas e assumam sua parte nesse latifúndio de insensatez.
Sob esse particular, a realidade não tem sido piedosa para com eles - e, por tabela, para com todos os demais: não há um só dia em que as más notícias políticas, econômicas e sociais, fruto da irresponsabilidade para com o voto, não estampem o noticiário dos mesmos meios de comunicação que prometeram o paraíso pós-Dilma.
Não, eu não quero que esse filme seja interrompido agora: quero que ele passe sem cortes, até o fim, e que todos fiquem em suas poltronas até os créditos finais, para que, ao acenderem-se as luzes do cinema, cada qual reflita sobre seu próprio papel nesse filme e nos próximos que virão, ah, virão sim! Até porque "O mundo não acaba hoje, já dei uma olhada na previsão do tempo", disse o poeta.
Por isso, enquanto muitos sonham uma saída milagrosa, eu não: quero que o filme passe por inteiro, cena a cena, quadro a quadro, até as luzes do cinema se acenderem e o lanterninha pôr o último retardatário renitente para fora.
A atual crise e seu desenrolar tem um caráter pedagógico que um eventual "milagre" econômico ou político desperdiçaria. Quando acreditou no golpe ou se manteve neutra em face da deposição de Dilma Rousseff, grandes parcelas da população apostou sua sorte numa espécie de tudo nada: era só tirar a presidenta que tudo melhoria. Agindo assim, considerou seu voto com o mesmo peso de uma carta de baralho, sem considerar que eleições não são jogo de azar, em que uma rodada ruim pode ser salva por uma onda de sorte.
Na política não há sorte: quando apostou seu emprego, seu poder de compra, sua perspectiva de futuro no cassino viciado do atual Congresso Nacional, o brasileiro que se vestiu de amarelo para xingar Dilma Rousseff e pedir de intervenção militar ao linchamento de quem usasse camisa vermelha, agiu movido por impulsos os piores imagináveis, o principal deles o ódio.
O prolongamento da crise e a falência daqueles nos quais os raivosos da camisa amarela apostaram suas fichas permite que eles, passado o surto psicótico do ódio insuflado pela rede Globo, assistam as consequências de suas ações, reflitam sobre elas e assumam sua parte nesse latifúndio de insensatez.
Sob esse particular, a realidade não tem sido piedosa para com eles - e, por tabela, para com todos os demais: não há um só dia em que as más notícias políticas, econômicas e sociais, fruto da irresponsabilidade para com o voto, não estampem o noticiário dos mesmos meios de comunicação que prometeram o paraíso pós-Dilma.
Não, eu não quero que esse filme seja interrompido agora: quero que ele passe sem cortes, até o fim, e que todos fiquem em suas poltronas até os créditos finais, para que, ao acenderem-se as luzes do cinema, cada qual reflita sobre seu próprio papel nesse filme e nos próximos que virão, ah, virão sim! Até porque "O mundo não acaba hoje, já dei uma olhada na previsão do tempo", disse o poeta.
Por isso, enquanto muitos sonham uma saída milagrosa, eu não: quero que o filme passe por inteiro, cena a cena, quadro a quadro, até as luzes do cinema se acenderem e o lanterninha pôr o último retardatário renitente para fora.
Via http://amplexosdojeosafa.blogspot.com.br
