por Moisés Mendes(¹)
Por que a Globo corre os riscos de uma cobertura suicida para a imagem do grupo, endossando incondicionalmente todas as posições de Israel nos ataques a Gaza?
É fácil. Porque a Globo está ao lado do poder político e econômico mundial aliado de Israel, e aí vale tudo. Valem todos os riscos, como sempre valeram.
A Globo está com os Estados Unidos e a Europa no massacre de Gaza. O mundo branco e poderoso está com Israel, assim como esteve na invasão do Iraque e sempre esteve contra Cuba e a Venezuela.
Mas é só isso? Não é. A Globo joga também com o apoio do público evangélico, que despreza a organização.
Os *neopentecostais se sentem, como aparece em várias análises, como se fossem meio judeus.
Acreditam que Jesus voltará, e o lugar escolhido será Jerusalém, que eles consideram a terra inegociável dos judeus. Por isso mantêm vínculos fortes, para além das questões religiosas, a partir das posições de Bolsonaro, com o fascismo israelense.
Aquela primeira turma resgatada pela FAB em Israel, quando começou o conflito, era de gente da extrema direita da fé, e lá estava a mulher que agradeceu o sucesso da operação ao prefeito de Sorocaba.
Na cobertura aparentemente suicida, a Globo fica bem com a elite mundial, com os judeus e com os evangélicos. É um combo estranho, que reúne uma turma esdrúxula, de Biden a Bolsonaro, dos extremistas judeus aos fundamentalistas neopentecostais.
Por isso a cobertura da guerra é descaradamente pró-Israel, até porque a grande mídia precisa deixar claro que é contra todos os interesses de palestinos e de quem se identifica como árabe.
A cobertura não é apenas pró-direita hegemônica mundial, é de forma explícita anti-Palestina, antipovo massacrado pelo avanço de Israel em suas terras.
A Globo faz uma cobertura contra os povos árabes em geral, e não só contra os moradores de Gaza e da Cisjordânia. Jorge Pontual é apenas aparentemente o ativista de Netanyahu fora do controle da Globo. Mas ele está dentro da lógica do massacre, dentro do esquema de Globo.
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