O Braço do PiG Fazendo a Diferença na Eleição Porto-alegrense ... | A Catástrofe Escondida na Eleição de Porto Alegre
Por Jeferson Miola(¹)
A catástrofe da enchente novamente assombrou Porto Alegre na última
sexta-feira treze de setembro...
Não como um fantasma do passado, mas como uma tragédia muito real e
concreta que continua atormentando Porto Alegre ainda hoje, quase quatro meses
depois do fim das inundações.
E, tudo indica, a catástrofe deverá continuar sendo um pesadelo no
futuro da cidade, porque nada de substancial e estrutural foi mudado desde a
ocorrência desta experiência traumática e dolorosa.
Bastou uma breve e tímida chuva para mostrar o colapso administrativo
da Prefeitura e a total desproteção da cidade contra alagamentos e inundações.
Vários bairros da cidade inundaram com o refluxo de bueiros
entupidos, deixando mais uma vez a paisagem da cidade ornamentada com
chafarizes de esgoto.
Contrariamente ao que mostra a propaganda eleitoral do prefeito
bolsonarista Sebastião Melo, a catástrofe não terminou com o fim das enchentes.
Ao contrário, ela continua muito presente hoje, e pode comprometer o futuro da
cidade, por pelo menos duas razões.
Primeiro, porque a cidade continua sob a administração desastrosa e
corrupta que a expôs a esses riscos enormes e prejuízos bilionários.
Em qualquer país com instituições sérias, este prefeito já teria
sido defenestrado do cargo e seria responsabilizado administrativamente e
criminalmente pelo desastre catastrófico.
A segunda razão para este “estado catastrófico permanente” de Porto
Alegre é que as causas da inundação não foram solucionadas.
Ou seja, a cidade continua padecendo do sucateamento criminoso e
irresponsável do sistema de proteção de enchentes, da incompetência
administrativa, da corrupção no DMAE, do desmonte da capacidade técnica da
Prefeitura, e de outras mazelas.
A mídia parceira faz sua parte com a blindagem da desastrosa gestão
municipal, e confunde na opinião pública incompetência e irresponsabilidade
administrativa com fatalidade natural.
Aliás, parece que naquela última sexta-feira (13) de alagamentos em
Porto Alegre não existiu para os grupos de mídia que são sócios do bloco
dominante que se reveza no poder desde 2004 na capital gaúcha. A verdade
factual foi uma não-notícia nos jornais, emissoras de rádios e canais
de TV.
O último alagamento da cidade é um alerta grave. Não é mais
possível continuar aceitando a propaganda mentirosa do Melo e a enganação da
mídia.
Na TV, eles escondem o estado de “catástrofe permanente” da cidade.
Vendem a ilusão de que está tudo normal, que os porto-alegrenses vivem num
paraíso fantasioso.
Produzem uma tal alienação sobre a realidade que parece que a
tragédia acontecida há alguns meses foi em algum tempo longínquo e esquecido do
século passado.
Alto lá! Porto Alegre foi destruída e precisará de décadas para recuperar os prejuízos causados pela irresponsabilidade de um governo patético, corrupto e incompetente que em plena tormenta arrancou comportas do Cais do Porto e improvisou a vedação da cidade com sacos de areia.
É preciso falar a verdade. A eleição em Porto Alegre não é só sobre
as propostas cosméticas e enganadoras do atual prefeito. Tampouco é um concurso
de “fé e superação”.
Sejamos claros: a eleição em Porto Alegre é para decidir se a
cidade será salva do desastre catastrófico, ou se afundará ainda mais na lama
Melo-bolsonarista.
A catástrofe não é um fantasma do passado de Porto Alegre, é uma
tragédia ainda muito viva; uma ferida dolorida e não curada, e cujos
responsáveis por ela precisam ser denunciados à população, à justiça, e
derrotados na eleição.
(...)