Ministro Traíra Precisa Ser Demitido! | Múcio Reduz Genocídio Palestino Promovido por Israel a Mero Problema “Ideológico”
Por Guilherme Ribeiros(¹)
Em nota divulgada nesta quarta-feira (9), Fepal denuncia recente
declaração do ministro da Defesa, José Múcio, sobre a compra de armas
israelenses...
A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) lançou, na última quarta-feira
(nove), uma nota pública em repúdio às recentes declarações do ministro da
Defesa do Brasil, José Múcio, lamentando o cancelamento da aquisição de armas
da empresa israelense Elbit Systems pelas Forças Armadas brasileiras.
Durante participação em evento na Confederação Nacional da Indústria, nesta terça-feira (8), Múcio criticou a postura do Governo Lula em relação ao massacre em Gaza e afirmou que a “questão diplomática interfere na Defesa”:
“Houve uma licitação.
Venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão de guerra, do Hamas,
grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões
ideológicas, nós não pudemos aprovar”, alegou o ministro.
Na nota divulgada nesta quarta, a Fepal aponta que o ministro reduz o genocídio palestino promovido por Israel a mero problema “ideológico” e oferece 15 pontos, entre questões históricas e dados sobre os crimes de Israel em Gaza, para desenhar a Múcio porque suas falas são um equívoco:
“Talvez seja a sua opção ideológica, imoral porque genocidária, a razão de tamanha insistência na aquisição de equipamento bélico carregado de sangue palestino”, observa a Fepal.
Confira a declaração na íntegra:
O ministro da Defesa, José Múcio, conseguiu, falando na
Confederação Nacional da Indústria, reduzir o genocídio promovido por “israel”
na Palestina a mero problema “ideológico”, ao reclamar do cancelamento da
aquisição, pelas Forças Armadas brasileiras, de obuseiros da empresa
“israelense” Elbit Systems. Mais do que isso, ineditamente, inclusive, em caso
a ser estudado, tamanho o disparate, arguiu que a concorrência “venceram os
‘judeus’, o povo de ‘israel’”. Esta Federação esclarece ao ministro seus
equívocos:
Tal qual Getúlio Vargas levou o Brasil à guerra contra a Alemanha
Nazista não por problemas “ideológicos” mas, sim, porque este era um regime
supremacista agredia o mundo em guerra de conquista e genocidária, assim é
quanto ao regime supremacista sionista na Palestina, autoproclamado estado e
autodenominado “israel”, que pratica apartheid contra todo o povo palestino,
promove contra ele uma política de limpeza étnica, cuja faceta mais brutal se
dá agora, com a maior matança proporcional da história, em que as crianças são
exterminadas à cifra de 9.385 por milhão de habitantes em Gaza, 3,5 vezes mais
que as 2.813 assassinadas por milhão nos seis anos de guerra nazista na Europa
(em seis anos seriam 21 vezes mais).
O mesmo vale para a adesão do Brasil à política global de Boicote,
Desinvestimento e Sanções ao regime supremacista branco da África do Sul, sem
que jamais alguém tenha ousado acusar esta decisão de “ideológica”.
Por acompanhar as resoluções da ONU, o Brasil chegou a abster-se de
comércio amplamente vantajoso com o Irã, perdendo bilhões de dólares anuais,
sabendo que neste caso sim tratava-se de problema ideológico, mas não
brasileiro, e sim dos EUA, que buscavam impor sua hegemonia contra o mundo.
Já no caso genocidário de “israel” hoje, a impertinência do
ministro esbarra numa investigação por crime de genocídio na Corte
Internacional da Justiça, cuja petição acusatória – e admitida – é da África do
Sul, com apoio formal do Estado Brasileiro.
Em 26 de janeiro a CIJ determinou a abertura da investigação de
“israel” por genocídio, com o voto do Brasil e liminarmente a cessação de todos
os atos de genocídio, sem que “israel” tenha acatado, muito ao contrário, de lá
para cá assassinou ao menos 30 mil palestinos e seguiu destruindo toda
infraestrutura civil na Faixa de Gaza.
Desde 28 de março vigora ordem do Conselho de Segurança da ONU por
cessar-fogo imediato e incondicional, sem que, novamente, “israel” o tenha
acatado, e de lá para cá assassinado pelo menos 20 mil civis palestinos.
Em um ano de extermínio televisionado, “israel” eliminou 52.709
palestinos em Gaza, 2,33% de sua demografia, o equivalente a 4,8 milhões no
Brasil e 18 milhões na Europa da 2ª Guerra Mundial por sua demografia atual, o
que daria, em eventuais seis anos, como foi a duração daquela guerra, 75 milhões
de europeus exterminados, mais que os até 70 milhões daquele momento histórico.
Segundo a Revista The Lancet, a mais respeitada publicação médica
do mundo, em artigo veiculado em sua edição de 5 de julho, para cada morte dos
ataques diretos de “israel”, outras quatro decorrerão da destruição,
ferimentos, falta de comida, água, médicos, medicamentos e estruturas
hospitalares, doenças e outras razões, estimando àquela data em 186 mil os
palestinos assassinados, 7,1% da população de Gaza.
Neste um ano de genocídio televisionado, a projeção lançada por The
Lancet nos leva a inacreditáveis 213 mil palestinos exterminados, ou 9% da
população de Gaza, equivalente a 18 milhões de brasileiros e 72 milhões de
europeus.
Chegaria a 430 milhões se o extermínio se desse, nesta mesma
escala, por seis anos na Europa, ou seja, 500% mais que a matança durante o
período hitleriano.
Segundo a ONU, neste um ano de genocídio, a destruição em Gaza pode
estar na casa dos 90%, quase todo o território, algo jamais visto na história,
superando em muito a mais destruída das cidades europeias em seis anos de 2ª
Guerra Mundial.
É, também, a primeira vez na história das guerras e genocídios que
100% de uma população é declarada sob fome, assim como é inédito o deslocamento
e morte de mais de 90% de uma demografia atacada por um agressor externo.
“israel” exterminou 174 jornalistas, contra 69 nos seis anos da 2ª
Guerra Mundial, o que faria com que, considerando tempo de guerra e tamanhos
das demografias implicadas (2,2 milhões em Gaza e 520 milhões na Europa
atingida pelo nazismo), em eventual aplicação pelos nazistas da mesma escala
genocidária “israelense”, fossem 244 mil os profissionais de comunicação
abatidos em solo europeu.
Além desta parcela pequena dos números deste genocídio campeão na
história, há as centenas de declarações de autoridades de “israel” ordenando o
extermínio do povo palestino, dentre elas do exterminador Benjamin Netanyahu,
todas arroladas na petição da África do Sul admitida pela CIJ.
Por fim, não foram os “judeus” que venceram a licitação defendida
pelo ministro, mas o regime supremacista que se diz judaico, confusão que
precisa ser desfeita, até porque os professantes do judaísmo e sua fé religiosa
não devem responder pelos crimes do sionismo, ideologia colonial e racista
análoga ao nazismo, tal qual os alemães não respondem pelo nazismo ou os
brancos pelo apartheid na África do Sul.
Logo, ministro José Múcio, trata-se de genocídio o óbice à aquisição de armamento de “israel” pelo Brasil, cuja aplicabilidade no terreno, para posterior comercialização, é testada sobre os palestinos sob extermínio, jamais de um “problema ideológico”. Talvez seja a sua opção ideológica, imoral porque genocidária, a razão de tamanha insistência na aquisição de equipamento bélico carregado de sangue palestino.
Por tudo isso, esperamos que se retrate o ministro José Múcio, bem como que persista o Estado Brasileiro no bom caminho de recusar qualquer relacionamento com “israel” nos campos militar, de segurança e tecnológico, áreas diretamente vinculadas ao genocídio palestino.
(...)