terça-feira, 26 de agosto de 2025

Ou Os Trabalhadores Aprendem a Votar ou Será Sempre Isso: Centrão Articula Sabotagem ao Governo Lula

Ou Os Trabalhadores Aprendem a Votar ou... Será Sempre Isso: Centrão Articula Sabotagem ao Governo Lula na Ampliação da Isenção do Imposto de Renda!

Por Marcelo Menna Barreto(¹)
Parlamentares do 
Centrão Articulam Sabotagem ao Governo Lula na Ampliação de isenção do Imposto de Renda e querem derrubar compensações da ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil e R$ 7,3 mil e colocar governo em “sinuca fiscal”!

O Centrão e a oposição ao governo Lula articulam nos bastidores da Câmara dos Deputados uma estratégia para dinamitar as medidas compensatórias previstas no projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e reduz alíquotas para rendimentos de até R$ 7,3 mil. 

A manobra visa retirar do texto as propostas de taxação de grandes fortunas, cobrança de 10% sobre dividendos enviados ao exterior e tributação de lucros e dividendos acima de R$ 50 mil.

A estratégia coloca o governo Lula numa encruzilhada fiscal. Sem as compensações, o Executivo precisará encontrar quase R$ 100 bilhões para cobrir o custo da ampliação da isenção.

Sem isso, será acusado de descumprir o teto de gastos e de levar o país a uma grave crise fiscal em 2027.

“O que está noticiado é que haveria resistência da oposição às medidas compensatórias da perda de receita, o que geraria um aumento grave do déficit”, avalia Luiz Alberto dos Santos, consultor legislativo aposentado do Senado Federal e sócio da consultoria Diálogo Institucional. Segundo ele, a movimentação viola a Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige compensação para qualquer renúncia de receita.

A articulação ganha força após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmar que levará o tema para debate na reunião de líderes. O ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto, também participará do encontro que pode definir o futuro da proposta.

Retaliação e incoerência

A ofensiva do Centrão expõe uma contradição no discurso parlamentar. Enquanto cobram do governo cortes de despesas para equilibrar as contas públicas, os mesmos deputados do bloco e da oposição aprovaram no mês passado uma “pauta-bomba” que retirou R$ 30 bilhões da Saúde e da Educação para refinanciar dívidas do agronegócio. Para analistas políticos, foi uma clara retaliação ao veto de Lula ao aumento do número de deputados pretendido por Motta.

O projeto que beneficiou o agronegócio foi votado às pressas. Os recursos saíram do Fundo Social do pré-sal, originalmente destinados à educação, saúde e habitação.

“Ao atacar as medidas compensatórias, colocam o governo numa sinuca, pois tem que cumprir o teto de gastos e, se o teto for descumprido, em 2027 teremos graves problemas fiscais. Paralisia do governo!”, alerta Santos. Ele aponta ainda que “se a oposição ganhar a eleição, isso se voltará contra o presidente eleito; aí vai ter que fazer alguma mágica”.

Motivação eleitoral

A estratégia tem motivação eleitoral para muitos: retirar o prestígio político que Lula teria com a aprovação da medida, promessa central de campanha do petista para 2026.

“Indiretamente, tem, pois vão acusar o governo de aumentar a carga tributária. Eles não querem penalizar o andar de cima. Fiscalistas neoliberais”, observa Santos. Para ele, ao inviabilizar as medidas compensatórias, a oposição pretende “atacar a própria isenção”.

O governo, por sua vez, mantém posição inflexível. 

“Neutralidade fiscal é inegociável para o governo”, declarou o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), vice-líder governista. A expectativa do Planalto é aprovar o texto na próxima semana com o mínimo de alterações possível.

A queda de braço expõe o jogo político por trás das discussões fiscais no Congresso, onde o discurso da responsabilidade orçamentária serve mais como arma retórica do que como princípio consistente de gestão pública.

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