Por Alex Solnik(¹)
Caro governador do estado de São Paulo! O senhor tem dito e repetido que o seu mentor, Jair Messias Bolsonaro, é vítima de perseguição política, não cometeu crime algum, por isso deve participar das próximas eleições, apesar das inúmeras provas de que tentou cometer o crime de golpe de estado, muitas exibidas por ele mesmo durante todo o seu mandato.
1 - Pergunto ao senhor: se o senhor um dia chegar à presidência da República e, disputando a reeleição, perder para o seu oponente, fará exatamente o mesmo que fez o seu mentor?
2 - Colocará a culpa nas urnas eletrônicas? Sim ou não?
3 - Convocará embaixadores para achincalhar o sistema eleitoral brasileiro? Sim ou não?
4 - Dirá que o vencedor foi favorecido pelo TSE? Sim ou não?
5 - Não aceitará o resultado? Sim ou não?
6 - Convocará os chefes militares para discutir com eles se alguma coisa poderia ser feita para o senhor continuar no poder? Sim ou não?
7 - Não passará a faixa presidencial ao sucessor? Sim ou não?
E mais,
8 - Ficará omisso diante dos acampamentos às portas dos quartéis pedindo intervenção militar? Sim ou não?
Se a resposta for não a todas as perguntas, o senhor não concorda, no fundo, com o seu mentor, que fez tudo isso e está sendo hipócrita ao defendê-lo.
Se a resposta for sim, aí sim, o senhor concorda com tudo o que Jair Messias Bolsonaro fez e tentou fazer e, se repetir o esquema, também estará sujeito ao mesmo tratamento que ele está recebendo da Justiça brasileira.
Se a resposta for sim, o senhor terá o mesmo rótulo que ele: golpista.
Se a resposta for não a todas as perguntas, o senhor não concorda, no fundo, com o seu mentor, que fez tudo isso e está sendo hipócrita ao defendê-lo.
Se a resposta for sim, aí sim, o senhor concorda com tudo o que Jair Messias Bolsonaro fez e tentou fazer e, se repetir o esquema, também estará sujeito ao mesmo tratamento que ele está recebendo da Justiça brasileira.
Se a resposta for sim, o senhor terá o mesmo rótulo que ele: golpista.
E golpistas estão sendo e serão cada vez mais excluídos da nossa vida política.
(...)