Um dia de luta e luto na
história do país
Luciano Beregeno, da Fenajufe
Senado aprova reforma trabalhista.
Com 50 votos favoráveis e 26 contrários e uma abstenção, a
reforma trabalhista foi aprovada agora há pouco pelo plenário do Senado. Todas
as emendas foram rejeitadas com os votos da bancada governista, fartamente
alimentada por benefícios que vão desde a liberação de recursos de emendas ao
orçamento a nomeações de apaniguados.
Durante todo o dia, servidores do PJU e MPU estiveram
mobilizados em todo o país e no Congresso Nacional contra a votação da reforma
trabalhista no Senado. Projeto que atira as relações trabalhistas no poço do
obscurantismo e retrocede os direitos dos trabalhadores à idade média, o PLC
38/17 pode ser votado a qualquer momento no plenário do Senado, impulsionado
pela “tropa de choque que vandaliza os direitos trabalhistas”: a bancada de
apoio a Michel Temer na casa. A frase em destaque nas aspas é do senador
Lindberg Farias (PT/RJ), em seu perfil no Facebook.
Em Brasília, desde a segunda-feira, 10, dirigentes e
representantes de sindicatos filiados à Fenajufe se uniram a outros trabalhadores,
tentando acesso ao Senado. Mas o presidente da casa, Eunício Oliveira
(PMDB/CE), empresário do ramo da prestação de serviços – setor altamente
terceirizado e que irá se beneficiar amplamente tanto com a terceirização
quanto com a reforma trabalhista – determinou a restrição do acesso, impedindo
cidadãos de presenciarem a sessão.
Delegações
de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, entre outras, permanecem
acampadas nos corredores do Senado, levando a cabo a tarefa de impedir mais um
assalto à dignidade dos brasileiros, patrocinado pelo governo com apoio do
Legislativo e de parte da cúpula do Judiciário.
Já nos estados e atendendo deliberação da Reunião Ampliada
da Fenajufe, a terça-feira, 11, registrou protestos organizados pelos
sindicatos da base contra a votação.
Resistência
Convocada inicialmente para iniciar às 11 horas desta
terça-feira, a sessão que analisará a reforma trabalhista no Senado foi
atrasada quando senadoras de oposição ocuparam a mesa diretora e assumiram o
controle. A partir dali, teve início a um processo de negociação concluído no
início da noite, que permitiu a retomada dos trabalhos.
A resistência histórica das senadoras Gleisi Hoffmann
(PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Lídice da Mata
(PSB-BA) e Regina Sousa (PT-PI) levou a base governista a tentar a sessão no
auditório Petrônio Portela. Mobilizados, dirigentes e servidores obstruíram o
acesso ao auditório.
Relatos de truculência por parte da polícia legislativa
contra sindicalistas foram registrados. Pelas redes sociais chegaram relatos de
restrições absurdas, como a de acesso até mesmo aos banheiros, sem poder deixar
as dependências do Senado sob risco de não conseguirem voltar.
Agora, com a reforma aprovada, fica o serviço público
definitivamente ameaçado e pronto para a terceirização.