Tentáculos
do Terrorismo Sionista? | Justiça Brasileira Impede Deportação Ilegal de Palestino
e Cobra Explicação da PF
Por Redação(¹)
A Justiça Federal
impediu a extradição do palestino perseguido pelo serviço secreto israelense, o
Mossad, Muslim M. A. Abuumar Rajaa. Ele foi detido pela Polícia Federal após
receber um documento de inadmissão no Aeroporto Internacional de Guarulhos ao
chegar ao país e foi informado que será deportado.
Muslim, que é professor universitário e ativista contra o genocídio sionista na Faixa de Gaza, foi detido no sábado (22), após uma denúncia do Mossad à Polícia Federal, por supostamente ser integrante do grupo Hamas.
Ele chegou nesta
sexta-feira em um voo da Qatar Airlines que vinha da Malásia e estava
acompanhado do filho de seis de anos, da esposa grávida e da sogra, que possui
nacionalidade malaia.
O palestino é
diretor do Centro de Pesquisa e Diálogo da Ásia, Oriente Médio, com sede em
Kuala Lumpur, e tem um irmão que mora no Brasil, e o visitou outras vezes.
A Justiça Federal da
3ª Região deferiu liminar impetrada pelo advogado Bruno Henrique de Moura que
entrou com um mandado de segurança. Com isso, a extradição do palestino foi
suspensa até a Polícia Federal (PF) prestar esclarecimentos.
“A decisão da
Justiça Federal traz um alento à defesa e à família. Causa estranheza a Polícia
Federal impedir um cidadão palestino de adentrar ao Brasil sem respeitar o rito
da Lei de Imigração e sem apresentar motivação específica para o óbice”,
explicou o advogado do caso, Bruno Henrique de Moura, ao portal Opera Mundi.
Segundo o advogado,
a PF não provou até o momento que Muslim tenha violado “alguma normativa
nacional ou que tenha sofrido condenação judicial por algum Estado reconhecida
pelo Brasil”, já que seu visto foi renovado recentemente pela Embaixada
brasileira na Malásia, onde reside.
Bruno também
destacou que a ação pode ser considerada uma forma de perseguição devido à
nacionalidade palestina de Muslim.
A Justiça também deu
24 horas para que as partes se pronunciem e mandou que fossem tomadas “as
providências necessárias” para o atendimento hospitalar à esposa grávida.
O deputado João
Daniel (PT-SE) enviou ofícios ao Ministério da Justiça e das Relações
Exteriores, pedindo explicações sobre a “real situação” dele e a “garantia da
sua segurança e integridade”.
Ação ilegal a serviço de estrangeiros
Para presidente do
Instituto Brasil-Palestina (IBRASPAL), Ahmed Shehada, atuou de forma ilegal “a
serviço de governos estrangeiros”. A entidade afirma que o palestino foi detido
sob um pretexto absurdo. Segundo a PF, ele faz parte de uma lista do FBI, a
polícia federal dos EUA, com suspeitos de integrar “grupos terroristas”, a
Terrorist Screening Center (TSC).
“O caso é absurdo em
todos os sentidos. Primeiro, e mais importante, porque a Polícia Federal está
atuando para aplicar determinações do governo norte-americano no Brasil. A
lista do TSC não tem amparo na legislação brasileira. Ao utilizá-la como
critério para impedir a entrada de um cidadão palestino no Brasil, a PF está
atuando como sucursal do FBI”, denuncia.
O presidente do
IBRASPAL ressalta ainda que na legislação brasileira as organizações da
resistência palestina não são consideradas terroristas. “O mesmo vale para a
ONU e a esmagadora maioria dos países do mundo. Apenas uma pequena minoria de
países considera a resistência palestina como terrorista e são os mesmos que
apoiam o genocídio que acontece em Gaza há mais de oito meses”, ressalta.
“Os Estados Unidos da América não têm autoridade nenhuma para alegar que alguém no mundo é terrorista.”
“Eles são os
principais aliados do regime sionista no genocídio que acontece na Faixa de
Gaza. Eles fornecem as bombas, veículos, apoio econômico e político. Seria
impossível para o regime sionista promover o genocídio em Gaza sem o apoio que
recebe dos EUA. E isso é apenas uma das monstruosidades terroristas realizadas
pelo governo norte-americano”, pontua Shehada.
“O Brasil é um país
soberano e amigo da Palestina. O IBRASPAL, por meio dessa nota, que também é
assinada por outras organizações, pede ao governo que atue imediatamente para
acabar com essa ingerência dos EUA no País e que garanta os direitos de Muslim
Abuumar, vítima de perseguição política apenas por ser palestino”, conclui a
nota.
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