Vergonha! A
Explicação Virá? Quando? | A Deportação de Palestino Mostra Cumplicidade do
Estado Brasileiro com Genocídio de Israel
Por Igor Marques(¹)
Muslim M. A Abuumar,
cidadão palestino e professor, foi preso e deportado pela Polícia Federal
brasileira no Aeroporto Internacional de Guarulhos. A deportação arbitrária
pela Polícia Federal foi um pedido do FBI e do Mossad, serviço secreto
israelense.
Na última
sexta-feira (21), o cidadão palestino Muslim M. A Abuumar foi preso e ameaçado
de deportação pela Polícia Federal brasileira no Aeroporto Internacional de
Guarulhos. Muslim é professor universitário e estava acompanhado de sua esposa
grávida de sete meses, seu filho de seis anos e sua sogra. Ele possuía visto
que garantia sua permanência por até 90 dias no Brasil e estava vindo visitar o
irmão, que é residente no país; sua família, de cidadania malaia, não precisava
de visto.
Segundo a Polícia
Federal, Muslim foi detido por fazer parte de uma lista de supostos terroristas
produzida pelo FBI – serviço de inteligência e segurança dos Estados Unidos. O
professor seria suspeito de integrar e apoiar organizações terroristas na
Palestina. A deportação arbitrária pela Polícia Federal foi um pedido do FBI e
do Mossad, serviço secreto israelense.
A cooperação da PF e
de outros órgãos do Estado brasileiro, como a ABIN, com o serviço secreto
sionista foi intensificada ao longo do governo do fascista Bolsonaro, com a
compra de novas tecnologias, espionagem do povo brasileiro por Israel e, agora,
o aumento da perseguição ao povo Palestino também em território brasileiro.
Cidadão palestino é
deportado a mando de imperialistas
Organizações em
apoio à comunidade palestina no Brasil, como o Instituto
Brasil-Palestina (IBRASPAL), atuaram na defesa de Muslim e
conseguiram uma liminar que impediria a deportação até que a PF “esclarecesse
melhor fatos”. Porém, essa liminar foi revogada no último domingo (23) pela
Justiça Federal de São Paulo e o cidadão palestino foi deportado de volta para
a Malásia, de onde veio para o Brasil.
A decisão da Polícia
Federal se baseia unicamente nas supostas investigações dos dois principais
perpetradores do genocídio ao povo palestino: Israel e Estados Unidos. Porém,
os maiores terroristas no mundo hoje são justamente os países que em quase 9
meses já assassinaram mais de 38.000 pessoas, sendo 23.000 mulheres e crianças.
A Polícia Federal se
mostrou também subordinada aos interesses dos sionistas e imperialistas no
Brasil e a disposição da justiça em perseguir a comunidade árabe-palestina no
Brasil, corroborando para preconceitos e estereótipos contra a comunidade. O
Estado brasileiro não reconhece a resistência palestina como terrorista e
prosseguiram com a deportação com base em determinações de países estrangeiros,
porém, não basta condenar
formalmente o genocídio em Gaza e não realizar quaisquer ações de combate à
essa política genocida, nem mesmo no seu próprio território.
Após ser deportado,
o palestino declarou que sua deportação foi fruto de uma perseguição política à
sua luta em favor da libertação da Palestina e que passou por exaustivo
interrogatório sem a presença de advogado ou tradutor. Muslim disse que: “A
polícia apresentou um conjunto de alegações fabricadas de apoio ao terrorismo,
devido à minha atividade acadêmica em apoio à causa palestina e minha posição
clara em apoio aos direitos palestinos e denunciando a ocupação sionista
terrorista da Palestina. Infelizmente, meu advogado de defesa não teve tempo
suficiente para refutar essas acusações infundadas, que simplesmente violam a
própria Constituição brasileira, que estipula que o Brasil respeita o direito
internacional, e a lei brasileira que não considera a resistência palestina
como terrorismo” e exige desculpas formais e indenização.
É preciso que o
Estado brasileiro investigue a verdadeira origem da deportação de Muslim e sua
família e conduza medidas verdadeiras contra o genocídio do povo Palestino em
Gaza e a perseguição à comunidade palestina em todo o globo.
(...)