terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Por que amo Donald Trump?

POR QUE AMO DONALD TRUMP?

Por Mário Maestri

Ao contrário de todo mundo, amo apaixonadamente Donald Trump! Minhas razões são fundamentalmente três. Primeiro, era ele [que quer fazer bons negócios com o Putin] ou Hillary Clinton [que esperava babando sangue o resultado das eleições para liquidar a Síria, a Rússia, o Irã, a Venezuela e assim vai]. E não me venham com a baboseira do “não quero nenhum dos dois” ou “que se vayan todos.” Aqui, elas não servem, pois o Tigre de Papel tem dentes mortais, como lembrava o velho gordinho chinês.

A segunda razão de meu amor é que Trump é protecionista – ou seja, não quer nada conosco! Jurou que vai fazer estradas, portos, pontes, canais e o diabo a quatro nos Estados Unidos, para devolver a estima e o trabalho aos operários estadunidentes. E, é claro, encher o bolso do respectivo segmento do capital USA marginal, do qual participa com destaque. E, se não o fizer, logo, nem que seja um pouco, vai ser um desencanto geral dos seus eleitores. O que, para mim, é, também, muito bom.

E, mais ainda. 

Para fazer as obras prometidas, mesmo algumas, vai ter que tirar dinheiro de algum lugar. Ainda mais que prometeu baixar os impostos da classe média e, é claro, das grandes empresas. E onde tem dinheiro para ser tirado é na rede monumental de bases militares aéreas, terrestres, navais dos USA, através de mundo. Ele já disse que a função USA não é proteger as fronteiras dos outros. E disse que a OTAN é um anacronismo! Será que vai fazer isso, amplamente? Não sei. Vamos ver. Em todo caso, na última segunda-feira, dia 23, a Hillary estaria radicalizando o confronto militar com a Síria, com a Rússia, com a China. E o mundo estaria mais próximo de uma “guerra quente”, muito quente.

A melhor parte do protecionismo de Donald Trump é que prometeu desandar, até onde puder, a tal de globalização, a menina dos olhos de Obama e Hillary e do capital internacional hegemônico, sobretudo financeiro. Ou seja, ele é contra enviar as fábricas dos USA – e da França, Itália, Alemanha, Brasil, etc. – para países onde subsista a escravidão assalariada, para explorá-la até o tutano. A tal de deslocalização industrial selvagem. Será que vai aplicar essa política totalmente contrária ao grande capital internacional?

Nesse ponto, o monstro já começou a mostrar as garras: assinou decreto pondo fim ao Tratado de Associação Transpacífico [de livre comércio], criatura do Obama, e declarou que vai abandonar o tratado de livre comércio com o México e o Canadá, se não houver renegociação. O NAFTA, já é velho de 23 anos! Portanto, já temos um super Donald Trump No Global! E aí está a principal razão para que o homem esteja sendo execrado em forma direta pela Rede Globo! Uma Globo que, tradicionalmente, afirmou e sugeriu que, “O bom para os USA é bom para o Brasil!”

A última grande razão de meu amor é que Trump é a cara do grande capital estadunidense. 

Nesse já mais de meio século dominado pela televisão, o establishement estadunidense esforçou-se para eleger como presidentes mocinhos de cara bonita, fotogênicos, afáveis, facilmente 'televendíveis'. O primeiro foi John Kennedy e sua extensão feminina, Jacqueline, a viuvinha da América, que, logo, logo, se casou com o primeiro velho rico que encontrou – business is business! Nessa corrida pela cara bonita, até artista canastrão do cinema prestou-se como testa de ferro do imperialismo.

A consagração desse movimento foi Barak Obama – alto, magro, belo, com um enorme sorriso, negro sem exageros, orador excepcional. Maravilhosamente midiatizável em seu posicionamento politicamente correto, quanto aos direitos civis internos – negros, hispanos, GLBT. Ele era contra as armas, contra o cigarro, pelo meio ambiente e sua Michele, fanática dos legumes e inimiga à morte dos meninos gordinhos. Um amor de casal, mesmo quando o chefe da família espalhava a morte, a dor, a violência, em doses de elefante, retomando o ciclo de intervenções indiretas e diretas, através do mundo.

Donald Trump não. 

É feio, bruto, gordo, deselegante, misógino, racista, machista, publicamente despreocupado com o meio ambiente. Sua mulher, é melhor nem falar!

Trump é menos midiatizável que o nosso presidente mesóclise! Mesmo se entrar na linha, vai ser difícil transformá-lo em mais um maravilhoso “líder do mundo livre”. Esse, nem a Globo consegue vender!

Donald Trump constitui um hiato que desorganiza a política hegemônica do imperialismo, ao representar segmentos marginais do capital nacional e uma insatisfação profunda entre vastíssimos segmentos populares e trabalhadores estadunidense. É indiscutivelmente uma inesperada pedra no sapato do imperialismo, já que se esperava a Hillary, a “primeira mulher presidente” dos USA, para substituir o primeiro negro na Casa Branca! Em um verdadeiro conto de fadas [malvadas]. 

Trump é um problema para o capital hegemônico. Vai ter que ser corrigido. É também possível que termine objeto de uma intervenção mais radical e rápida, do tipo Richard Nixon ou, mesmo, John Kennedy.

O que para mim está também de boa medida!

Mário Maestri. Historiador.
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Via Rogério C Leite (Cultura e Sociedade)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Atentado em Quebec

Atentado contra mesquita deixa seis mortos em Quebec

Dois homens encapuzados atiraram contra frequentadores de centro islâmico, horas depois de o premiê canadense declarar que vai receber refugiados rejeitados pelos EUA. Trudeau classifica ataque como terrorista.
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Ao menos seis pessoas morreram e oito ficaram feridas neste domingo (30/01) num atentado contra uma mesquita em Quebec.
"Condenamos esse ataque terrorista contra muçulmanos em um centro de culto e refúgio", disse o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, em comunicado."Muçulmanos canadenses são uma parte importante da nossa nação, e esses atos sem sentido não têm lugar nas nossas comunidades, cidades e país", disse. 
Dois suspeitos foram detidos, informou o porta-voz da polícia local, Étienne Doyon, mas as identidades não foram reveladas. Os agressores teriam entrado no Centro Cultural Islâmico de Quebec com capuzes e atirado contra os cerca de 50 fiéis que estavam presentes no local. O motivo ainda não está claro.
A porta-voz da polícia provincial de Quebec, Christine Coulombe, informou nesta segunda-feira que alguns dos feridos, se encontram em estado grave. As vítimas tinham entre 35 e 70 anos. 
O presidente do centro islâmico, Mohamed Yangui, disse que o tiroteio ocorreu na ala masculina da mesquita. O governador da província do Quebec, Philippe Couillard, afirmou que o espírito de solidariedade vai permanecer e que todos os moradores da província estão demonstrando horror pelo o que aconteceu. 
Tensões
O ataque ocorreu horas depois de Trudeau declarar que o Canadá vai receber os requerentes de asilo rejeitados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Para aqueles que fogem de perseguições, terrorismo e guerra, os canadenses vão recebê-los, independentemente da sua fé. A diversidade é a nossa força #BemVindosaoCanadá", escreveu o primeiro-ministro no Twitter.
Desde que foi eleito, no final de 2015, Trudeau supervisionou a chegada de mais de 39 mil refugiados sírios ao país. 
O presidente francês, François Hollande, condenou o que chamou de "odioso ataque" em Quebec. "É o espírito da paz e a abertura das pessoas do Quebec que os terroristas querem atingir", disse Hollande. 
KG/efe/lusa/ap
Via: Dw.com

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Um esquisito para o STF

Em tempos sombrios: um esquisito para o STF

por Leonardo Isaac Yarochewsky , Advogado Criminalista

Em tempos sombrios em que se afasta a presidenta da República “pelo conjunto da obra” sem que tenha se comprovado a prática de crime de responsabilidade que atente contra a Constituição da República.

Em tempos sombrios de criminalização e negação da política. Em tempos sombrios da usurpação do poder. Em tempos sombrios da negação do Estado de direito. Em tempos sombrios que o autoritarismo substitui a democracia.
Em tempos sombrios em que o STF (Supremo Tribunal Federal) relativiza o princípio constitucional da presunção de inocência.
Em tempos sombrios de encarceramento em massa e da massa, em que o Brasil ultrapassa a cifra de 700 mil presos se colocando no pódio entre os três países do mundo com a maior população carcerária.
Em tempos sombrios em que seres humanos se transformam em feras e degolam seus semelhantes e em que a morte já não causa espanto.
Em tempos sombrios de aniquilação dos direitos trabalhistas.
Em tempos sombrios de criminalização dos movimentos sociais.
Em tempos sombrios de assalto às universidades públicas.
Nestes tempos sombrios talvez seja necessário que o atual ocupante do Palácio do Planalto indique para ministro ou ministra do STF na vaga deixada, prematuramente e tragicamente pelo ministro Teori Zavascki, alguém esquisito.
Um esquisito ou uma esquisita faria bem ao STF.  
Um esquisito que continue a ser a mesma pessoa que era antes de se tornar ministro (a). Um esquisito que não se envergonhe de dizer o que realmente pensa durante a sabatina no Senado Federal. Um esquisito que seja a favor da descriminalização das drogas. Um esquisito que entenda que a criminalização do aborto tem causado muito mais morte do que tivesse sido este descriminalizado. Um esquisito que perceba que o trabalhador continua necessitando de proteção.
Um esquisito que saiba que o que chamam de “flexibilização” dos direitos trata-se na verdade de aniquilação dos direitos. Um esquisito que respeite os direitos da criança e do idoso. Um esquisito que não faça distinção de gênero. Um esquisito que não se apegue à moral e à religião para decidir questões legais e constitucionais. Um esquisito que entenda o verdadeiro sentido e importância do princípio da presunção de inocência. Um esquisito que garanta nos processos criminais a ampla defesa e o contraditório. Um esquisito que entenda que a prisão somente deva ser decretada em casos excepcionais e em ultima ratio.
Que seja indicado um esquisito ou uma esquisita que respeite os seus pares. Que não se deixe impressionar e se pautar pela mídia. Um esquisito que respeite a separação dos poderes, mas que não se esconda atrás das questões “interna corporis” para não decidir o que deva ser decidido. Um esquisito que não veja a advocacia como um estorvo e sim como essencial à administração da justiça. Um esquisito independente que não se acovarde diante da opinião publica(da). Um esquisito que não se transforme em mito, mas que acabe com os existentes. Um esquisito que atenda as necessidades dos mais pobres e vulneráveis. Um esquisito que faça realmente do direito instrumento de justiça.
Um esquisito que, como alertou Rui Barbosa:
não vos deixeis contagiar de contágio tão maligno. Não negueis jamais ao Erário, à Administração, à União, os seus direitos. São tão invioláveis, com qualquer outros. Mas o direito dos mais miseráveis dos homens, o direito do mendigo, do escravo, do criminoso, não é menos sagrado, perante a justiça, que do mais alto dos poderes. Antes, com os mais miseráveis é que a justiça deve ser mais atenta, e redobrar de escrúpulo”.
Um esquisito que independente da cor da sua camisa ou do time de sua preferência seja comprometido com o Estado democrático de direito.
Leonardo Isaac Yarochewsky é Advogado Criminalista e Membro do CNPCP.
Via: Justificando

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

UM PAÍS QUE ACABOU

UM PAÍS QUE ACABOU
A queda do avião em que estava um ministro do STF despertou na nação a teoria conspiratória de que houve um atentado. 
A população está convencida da culpa dos políticos que tinham acertos de conta na Operação Lava Jato e tem até quem incrimine o Lula, que nada tem a ganhar na morte do ministro. Vox Populi, vox Dei. 
É que a nação vem se acabando na enxurrada de tantos desmandos, que alguém deve ser culpado do que vem acontecendo em todas as esferas de poder. Mesmo um sujeito oculto. Ou sem a digital de um dedo.
A mim não interessava o sujeito conspiratório. Desde o começo, eu queria saber o que diabos Teori fazia dentro daquele avião. E, só muito depois, as coisas começaram a clarear. 
O dono do avião, a princípio apresentado como um amigo dos tempos que o ministro cuidava de sua esposa enferma, é sócio do Banco Pactual, envolvido na Lava Jato. O sócio do amigo de Teori foi posto em prisão domiciliar pelo ministro e depois solto. O amigo morto o levava para um final de semana numa propriedade erguida numa área de proteção ambiental sem licença para o empreendimento e cujo recurso, após condenação em primeira instância, está no STF. Um amigo ministro tem uma grande serventia.
Uma coisa que sempre me chamou a atenção foi que nos treze anos de governo petista eles não souberam escolher juízes decentes para o Supremo. Lewandowski não tomou para si a lambança armada no parlamento para o impedimento de Dilma. Tóffoli se transformou em linha auxiliar de Gilmar. Rosa Weber, uma direitista exemplar.
Carmem Lúcia mais corporativa que ministra. Teori era o sisudo e aparente honesto. Ora, se o que parecia o mais sério juiz de nossa corte superior foi flagrado numa lambança por uma queda de avião, imaginem os outros... 
Com o Gilmar jogando para os criminosos (a mídia não acha estranho ele pegar carona com o presidente que é réu, nem uma reunião “entre amigos de mais de trinta anos” que ele frequentou ontem no Palácio presidencial), o decano sendo chamado de escroque por um ex-colega, o primo do Collor passa a ser o mais respeitado (meu Deus, onde chegamos!). Fachin e Barroso ainda tateiam o poder.
Cheguei a pensar que a esquerda não formasse quadros jurídicos importantes ou eles eram muito poucos. Erro meu que aprendi com a morte do Teori. Ontem, na madrugada, um magistrado da Paraíba conseguiu tempo para lavrar um habeas corpus que soltou um assassino bêbado, que acabara de atropelar um agente de trânsito. O bêbado era filho do rico empresário das afiliadas da rede Globo. O caso do mimado Thor que matou um ciclista com seu brinquedo a duzentos por hora já foi até esquecido.
Todos temos amigos e temos as nossas fraquezas humanas. Só que os nossos juízes não parecem ter amigos entre os pobres mortais, mas apenas entre os ricos que se acham imortais e acima da lei por um pertencimento de classe. O próprio salário absurdo a que fazem jus contribui para isso. A elite desse país sabe remunerar bem os seus capachos. 
Nunca devemos esquecer que Lewandowski fez mais pelo salário dos seus pares, que o seu dever como ministro a impor o poder da lei.
A morte de Teori parece gritar que o poder judiciário trata diferente os amigos de classe, a elite desse país. E isso parece significar que o país acabou. Temos um executivo criminoso, que mais parece uma quadrilha; um parlamento que se alimenta das migalhas da elite, é eleito com o dinheiro dela e por ela trabalha noite e dia; com um judiciário assim, estamos num país sem leis. Uma nação que não mais existe.
Se foi um atentado ou acidente não tem mais a mínima importância. O que já está podre não tem remédio. 
Via Gervásio Castro Neto (facebook)

Othon foi condenado a 43 anos e o "MT" está solto!

Herói nacional tenta o suicídio​

Othon foi condenado a 43 anos e o "MT" está solto!
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Saiu no Globo Investment Overseas BV:

Condenado a 43 anos de prisão na Lava-Jato, ex-presidente da Eletronuclear tentou suicídio


O ex-presidente da Eletronuclear Othon Silva tentou suicídio logo após ter sido condenado, no início de agosto do ano passado, a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisão e organização criminosa durante as obras da usina nuclear de Angra 3. A informação foi confirmada ao GLOBO pela defesa do ex-presidente da Eletronuclear. Por ser vice-almirante da Marinha, Othon Silva está preso em uma unidade militar, a Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O advogado do ex-presidente da Eletronuclear, Helton Marcio Pinto, declarou que foi informado pelo comando da Marinha sobre o incidente envolvendo o cliente, mas diz não saber como Othon tentou dar fim à vida. Quando encontrou o vice-almirante após o episódio, o advogado afirmou ter preferido não tocar no tema e tentou animar o cliente apresentando perspectivas de ele ser inocentado nas instâncias superiores.

— Ele tentou suicídio porque se julga na condição de injustiçado. Othon sempre lutou pelo bem do país — disse o advogado, afirmando que, como tem 77 anos, o vice-almirante entende que a condenação de 43 anos é como uma pena perpétua.O almirante Othon criou o Programa NuclearBrasileiro e desenvolveu um método genuinamente nacional de beneficiamento de urânio.

O Brasil é dos poucos paises do mundo que tem 
urânio e sabe beneficiá-lo.

Breve, tudo isso será entregue de graça, agachado e de costas, sucubamente, no mesmo pacote em que entregaram o pré-sal e a Base de Alcântara, onde aquele Cerrista do Itamaraty pretende construir uma Trump Tower.

O Brasil é o ÚNICO país do mundo em que um Juiz de Primeira Instância condena o pai de seu Programa Nuclear a 43 ANOS DE CADEIA.

Othon tem 77 anos!
Othon é corrupto?
A filha do Othon é corrupta?

O que fariam Israel, os Estados Unidos, a Inglaterra, a Rússia, a Índia o Paquistão, a França, o Irã - detentores e futuros detentores da bomba?

Chamariam o cachalote para uma conversinha e levariam o Almirante Othon embora, para lhe dar uma velhice digna e reservada - digna de um Herói.

Mas, como diz o Mino Carta, depois do Golpe isso aqui virou uma pasta emoliente, flácida, resultado, muitas vezes, de uma desorganização intestinal.

PHA

Via Conversa Afiada

sábado, 21 de janeiro de 2017

Um acidente conveniente

Um acidente conveniente
por Chico Mello

Somente para nascidos a partir dos anos de 2004, 2005 em diante é permitido que acreditem que o ocorrido com o ministro do stf se trate de acidente aéreo. Não é nosso caso. 

A morte prematura do ministro do supremo teori zavaski (tudo em minúsculas mesmo) pois essa é a atual realidade desse brasil que foi tomado de assalto por bandidos, (e há ingênuos que acreditam que os bandidos são esses que vivem se 'digladiando' não só em presídios mas também nas ruas nessas já conhecidas guerras de facções) é apenas mais um capítulo sombrio do golpe ainda está em curso neste país das bananas, o golpe.

Vamos resumir a atual situação, agora por conta desse "acidente providencial para alguns golpistas" através de diversas postagens extraídas das redes sociais, mídia alternativa e também mídia golpista.


Confira a seguir algumas postagens e comentários e tire você mesmo amigo, amiga navegante suas próprias conclusões sobre essa "fatalidade"...


Os golpistas não tem mais qualquer pudor. Do Brasil24/7 'pescamos' a "pressa conveniente" do ministro gilmar mendes e a "ansiosa" sugestão da golpista globo...(gilmar não vê urgência na lava jato e globo já está escolhendo o novo ministro.)

No caso do "acidente" a teoria da conspiração continua... 

PF apura que avião em que ministro Teori Zavascki embarcou era seguido há 16 dias. A Polícia Federal quer saber quem acessou a foto do avião que vitimou Teori na base de dados do Beechcraft. De acordo com informações, a ficha contendo dados e a imagem da aeronave foi acessada quase 1.900 vezes em um único dia.Alguém estava atrás desses dados desde o dia 3 de janeiro. A matéria é de Cláudio Tognolli...


 

E a rede globo se supera...

O "Mercado" não se importa com a vida humana!!!

Para quem achou que era um meme de internet, aqui está o vídeo:"Mercado financeiro abre positivo com dados da China, posse de Trump e morte de Teori".

"Esse mercado não se importa com vidas, empregos, com doentes em filas de hospitais, com famílias despejadas de suas casas, com a educação dos pobres" .. se preocupam apenas com seus lucros.


Clique na imagem, para seguir o link e assistir o vídeo...


Sem esquecer de quem foi teori e seu papel no golpe quando manteve o gangster eduardo cunha na presidência da câmara, a opinião de Antônio Poeta é incisiva: Não é porque morreu que virou santo, né? (Antônio Poeta)
Anteriormente nós já havíamos firmado convicção de que o judiciário brasileiro é o alicerce do golpe. A cada novo evento e esse atual é sim muito grave, poderíamos dizer que não temos provas mas temos, repetimos, convicção.



É isso aí.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A Supremacia burla o Brasil

A Supremacia que burla o país.

O que uma mulher, brasileira, aposentada pensa de tudo isso.
A Supremacia burla e torna o Brasil… “líquido”
O que foi feito com nossa identidade? Por que o título cidadão que recebemos para eleger os governantes, nos foi solapado fazendo com que perdêssemos o direito que a Constituição nos outorgou?
Por que uma pequena, porém rica e poderosa parcela da sociedade, se arvora soberana, superior e respalda um parlamento corrompido para burlar as leis constitucionais?
Que pessoas são essas que entregam grandes riquezas e traem a Pátria em transações inimagináveis?
Que maquiavelismo sádico fragiliza nossa soberania deixando a Nação a mercê de interesses escusos?
Que perspectivas de emprego serão oferecidas com as empresas capengando por falta de demanda? Outras fechando ou demitindo em massa?
Como encarar a realidade desumana de homens e mulheres sem trabalho para o sustento da família? Como conter a revolta dos que eram assistidos pelos programas sociais que davam um pouco de dignidade à sua existência? Vamos retroceder ao mapa da fome?
Sem trabalho, sem assistência médica abrangente, sem remédios, sem apoio científico para o combate às epidemias que vão se espalhando em moradias precárias sem água tratada e esgotamento sanitário…
O que fazer com a ansiedade e o medo de viver num país onde as desigualdades vão se acirrando cada vez mais nos deixando reféns da violência urbana sem meios eficazes para seu controle? Encarcerando sem humanidade e facilitando rebeliões monstruosas?
O que dizer aos nossos filhos e netos a respeito de um futuro incerto, dos sonhos das vagas nas universidades públicas que podem não se concretizar e aos que trilhavam o caminho da especialização com pesquisas no exterior?
Como lidar com a constante ameaça de violação dos direitos dos idosos e aposentados, adquiridos pela jornada de trabalho ao longo dos anos e no exercício de suas profissões, num momento em que mais precisam?
Como pode a população ter acesso à realidade dos fatos e não á visão torta da mídia dominante, que revolta e condiciona de acordo com seu jornalismo parcial?



Constantemente fatos de corrupção são revelados desqualificando ainda mais o atual governo, que recua exonerando ministros e secretários, numa tentativa de enfrentar a rejeição absoluta. Buscando demonstrar seu repúdio ás propostas em trâmite no Congresso (medidas de cerceamento do pensamento crítico, reformulação do ensino médio e congelamento de verbas por vinte anos, afetando a educação) os alunos, com maturidade e idealismo ocuparam as escolas pelo país.

Manifestações de intelectuais, artistas, movimentos de trabalhadores do campo e da cidade, minorias e instituições representativas da sociedade, foram ás ruas para impedir que medidas inconstitucionais contra a educação, a saúde e direitos do trabalhador fossem aprovadas no congresso.
Algumas recorreram, inclusive, às organizações internacionais denunciando seletividade da justiça na apuração de delações.
Agora, atordoados com a realidade e com os reflexos na economia, calaram as panelas cheias de ganância, talvez com medo que panelas vazias de comida se avizinhem e venham atordoar os seus ouvidos moucos de justiça e fraternidade.
Porém, se deixarem de lado as divergências e se unirem em prol do nosso País, não conseguirão nos calar e retomaremos a solidez nacional, caso contrário nos transformaremos numa massa de silenciosos inocentes com os direitos e a dignidade devorados.
Tentaremos ser otimistas e como versa nosso poeta maior Chico Buarque de Hollanda (ainda não agraciado com o merecido título de imortal) “Amanhã vai ser outro dia!”
(Leila Lima)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

As siglas das maiores facções criminosas no Brasil

Entenda as siglas das maiores facções criminosas no Brasil
Marcelo Eustáquio Oliveira 














PCC – Primeiro Comando da Capital
CV – Comando Vermelho
CRBC – Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade
CDL – Comando Democrático da Liberdade
ADA – Amigos dos Amigos
CDD – Comando Dragão Dourado
PCI – Primeiro Comando do Interior
PCABC – Primeiro Comando do ABC
TCP – Terceiro Comando Paulista
CVC – Comando Vermelho da Capital
CVJC – Comando Vermelho Jovem da Criminalidade
FDN – Família do Norte
PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PSDB – Partido da Social Democracia do Brasil
DEM – Partido Democratas
MBL – Movimento Brasil Livre

Os quatro últimos grupos lideram as demais facções acima.

...e este Frasista acrescenta mais essa imagem inesquecível


Via Blog Limpinho e Cheiroso

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A banalidade do mal e nossa escalada punitivista

A banalidade do mal e nossa escalada punitivista

Na última quinta-feira (5), o Justificando publicou o primeiro de uma série de três artigos de minha autoria sobre a atual escalada punitiva no país. Argumentei, ali, que vivemos em grande parte do mundo um momento de recrudescimento punitivo e perda de solidariedade social, sendo o fenômeno brasileiro agravado por um governo que promove a agenda repressiva e a divisão da sociedade entre “mocinhos” e “bandidos”, legitimando contra os últimos toda sorte de horrores.

Tentei demonstrar, também, que essa agenda governamental não está dissociada das expectativas da sociedade, em grande medida aderente ao discurso punitivista, contribuindo para uma cena de guerra em bairros periféricos do país, que vitima sobretudo os mais vulneráveis tanto à violência quanto ao encarceramento, justamente os jovens, negros e pobres.
O objetivo do artigo que segue é analisar esse contexto, abrindo campo para a discussão sobre uma agenda progressista nas áreas da segurança pública e do sistema prisional.
Análise
Podemos olhar para a barbárie punitiva em nosso país e buscar compreendê-la por diversos caminhos. Em meu ponto de vista, sinto que precisamos convergir reflexões ao menos sobre duas dimensões sociais que geralmente são observadas de forma apartada, mas que me parecem intimamente conectadas. De um lado, devemos identificar e nomear as funções reais que o sistema penal assume na sociedade brasileira, dizendo claramente, como faz Vera Andrade, que o ‘papai noel sistema penal está nu’.
Quer dizer: deixar as ilusões de lado e encarar o sistema punitivo e suas agências pelo que são e não pelo que prometem ser. De outro lado, precisamos entender como a violência se banalizou entre nós, legitimando esse sistema penal que é seletivo, truculento e voltado à neutralização ou mesmo à eliminação do “outro” – o jovem negro e pobre que elegemos chamar de “bandido”. Tudo isso sob o nosso caloroso aplauso.
Começo pela segunda questão, pois é ela que me tira o sono ultimamente. Seja entre políticos, agentes públicos, juízes, promotores ou entre a população em geral, as demandas para lidar com a insegurança social estão mudando de tom, não se limitando mais a pedir políticas mais repressivas na segurança pública ou penas mais duras contra aqueles nos quais colamos a etiqueta de “criminosos” – aspectos que, bem ou mal, encontram-se dentro da arena da “disputa política” democrática. Fomos além: chegamos ao ponto de pedir o verdadeiro extermínio de quem nos incomoda, pouco importando sua trajetória de vida, o crime que (supostamente) cometeu, ou mesmo as consequências que a institucionalização de massacres, chacinas e assassinatos a sangre frio pode trazer para nós mesmos e para a sociedade em que queremos viver.
A tônica crescente é “bandido bom é bandido morto”, “queria ver uma chacina por semana”, “nenhum dos mortos [nas chacinas] é santo”. Vale lembrar que a última frase, dita pelo governador do Estado do Amazonas e apoiada por muitos, surgiu em momento em que grande parte dos presos mortos não havia sequer sido identificada. Pouca importa: a esse conjunto indeterminado de “eles”, os “bandidos”, queremos a morte.
Se esse sentimento existe e está se agravando, a pergunta que devemos urgentemente nos fazer é: de onde ele vem?
Responder a essa pergunta é fundamental, seja para um alerta sobre onde estamos indo (e a História nos mostra que esse destino pode ser bastante macabro), seja para construirmos estratégias para reverter o quadro – o que pode ser útil em variados campos de militância e vivência: a academia, a gestão pública, o sistema de justiça, as relações interpessoais e familiares, até mesmo as redes sociais.
As cenas bárbaras vistas nos massacres entre presos, em Amazonas e Roraima, nos lembram que o potencial de crueldade do ser humano é infinito. Somos capazes de matar, queimar, mutilar – de fazer isso, coletivamente, contra dezenas de pessoas. Assumindo que a maldade não é algo genético, que preponderaria entre os pobres e pretos que povoam os cárceres do país, temos que reconhecer que há condições específicas em que esse nosso lado humano mais sombrio pode aflorar. E temos que estar vigilantes para nos afastar desse caminho.
Na História já vimos que essas mesmas cenas de horror já foram protagonizadas por gente de perfil bastante distinto e que não se encaixa no estigma dos “bandidos” nos quais projetamos hoje a “desumanidade” (talvez para não nos reconhecermos em seus atos). O mesmo mal esteve presente nos funcionários arianos de Auschwitz ou nos jovens e bem educados militares argentinos que habitavam e circulavam às centenas alegremente no Casino de Officiales, onde, à vista de todos eles, presos políticos eram torturados e dali partiam para serem assassinados nos “voos da morte”, atirados ainda vivos no Rio del Plata.
Interessa aqui, portanto, a falta de alteridade e solidariedade que cresce entre nós, que vivemos do lado de cá das grades, legitimando uma escalada punitiva que, ao promover o ódio, só faz agravar a violência e ampliar as vítimas, entre mortos e encarcerados, nas trincheiras daqueles que elegemos como “inimigos”.
O que nos move para essa direção?
Afirmar que se trata de uma resposta à violência crescente que assola o Brasil não parece uma opção, ao menos capaz de explicar a totalidade do fenômeno. De fato, muitos de nós vivemos em territórios dos mais violentos do mundo – o que, vale lembrar, não se aplica aos mais ricos, provavelmente a maior parte dos leitores deste artigo. Também vale lembrar que, como já exaustivamente demonstrado em estatísticas e pesquisas na área de segurança pública, o perfil das vítimas da violência é o mesmo perfil das vítimas da política de encarceramento no atacado promovida pelo Estado brasileiro; o mesmo perfil daqueles que queremos ver mortos nas chacinas.
Também importa recordar que o aumento da violência não se relaciona necessariamente com uma escalada punitiva, e uma escalada punitiva não está relacionada necessariamente com o aumento da violência. Na verdade, o “medo” e as demandas por mais repressão e punição tem pouca ligação com o perigo real resultante da violência social. Indo além: mesmo a conexão entre o “medo do outro” e a demanda por puni-lo ou mata-lo só se estabelece positivamente em uma forma particular de sociabilidade, especialmente quando solidariedade e alteridade deixam de ser fatores relevantes na mediação das relações humanas.
Há também quem atribua à crise econômica esse mal ascendente, que aparece na iminente expulsão de milhões de imigrantes dos EUA, na xenofobia europeia que fecha as portas a refugiados flagelados pela guerra ou nas tão celebradas chacinas de pobres e pretos presos ou soltos no Brasil. Pode ser que algo dessa relação exista, seja pelo viés do estruturalismo penal mais ortodoxo, que atribui o aumento da repressão a momentos de crescimento do “exército industrial de reserva”, atualizado para as multidões de desempregados de hoje; seja pelo viés da psicologia social em um capitalismo individualista, no qual compensamos nossa angústia e frustração material com a radicalização da rejeição aos direitos dos outros, a ponto de negá-los a própria humanidade e o direito à vida.
Por outro lado, não é um dado irrefutável da natureza humana que a solidariedade se desfaz, necessariamente, em momentos de crise. Trajetórias de povos oprimidos, a exemplo dos judeus, tibetanos ou africanos escravizados nos mostra que os laços de alteridade podem se fortalecer nos momentos mais difíceis.
A assertiva em ponta-cabeça tampouco é uma certeza histórica: o próprio Brasil viveu, nas últimas duas décadas, um momento de acelerado crescimento do número de pessoas presas, ao mesmo tempo em que as condições sociais da população experimentaram lenta, mas constante, melhoria. Não parece haver uma correlação tão forte assim, portanto, entre prosperidade e solidariedade, ou entre pobreza e punitivismo.
De onde vem tudo isso, então? Refletir sobre a maldade humana é um enorme desafio, e pessoalmente não sinto que tenho repertório para tanto. Mas ela (a maldade) está aí, banalizando-se entre nós.
Hannah Arendt, buscando entender as origens de uma forma específica de totalitarismo, a que afligiu de forma inacreditavelmente cruel seu povo, o judeu, identificou a origem dessa maldade em três pilares centrais: o antissemitismo, o imperialismo e o racismo. Como bem ressalta Luciano Oliveira, ela não falava bem de “causalidades” ou de “explicações” para o fenômeno, mas de elementos que contribuíram para a cristalização de uma forma específica de governo.
Não sei se a leitura de Arendt é capaz de apreender de fato a experiência do nazismo e fascismo, mas posso dizer que ela certamente é insuficiente para a compreensão da realidade brasileira atual. Ainda assim, o olhar lançado pela autora me parece fundamental. Sem tentativas de teorização e abstração sobre os elementos que compõe ou que contribuem para a cristalização de nossa barbárie, capaz de fundamentar uma agenda política sólida e bem orientada na contenção da escalada punitiva, corremos o risco de construir nossa própria estrada rumo ao totalitarismo – hipótese que parece acadêmica aqui, mas que já impacta ano após ano na vida de centenas de milhares de jovens negros do país, mortos ou encarcerados por esse modelo de sociedade que promovemos.
Dos coliseus romanos, passando pelos campos de concentração nazistas e chegando até as nossas chacinas nas favelas ou cadeias que tantos aplaudem e querem ver mais, é difícil apreender qual a matriz de tanto mal. Mas algo que não pode ser ignorado, uma constante em todos os momentos nos quais a humanidade abraça a barbárie: os interesses de alguém e sua funcionalidade para a manutenção ou reprodução de estruturas sociais excludentes. A maldade humana e a falta de solidariedade com o próximo são funcionais às elites e talvez essa seja a mais recorrente tragédia na história dos sistemas penais.
Justo aí fica mais fácil enxergar que, tomado como abstração, nosso sistema penal não é bem-intencionado. Esse aparato complexo, composto por policiais militares e civis, promotores e juízes, gestores públicos e agentes penitenciários, todo esse sistema não está aí para proteger a sociedade, para promover a justiça ou para reduzir a violência – apesar da boa fé de muitos que atuam nas diversas instituições. Uma ingenuidade nessa percepção poderia nos fazer crer que bastariam “ajustes pontuais” e correções de rota para que ele – o sistema penal – assumisse legitimamente sua vocação natural e cumprisse assim suas missões anunciadas.
Bom lembrar, a esse respeito, que as raízes das instituições burocrático-penais brasileiras de hoje podem ser encontradas no processo de urbanização em uma sociedade escravagista, em uma transição do castigo privado para uma progressiva necessidade de gestão pública das punições contra os negros – escravos ou libertos –, na qual o Estado foi assumindo a função do feitor, na imagem de Leila Algrati. A abolição da escravidão (a liberdade do “outro”) só fez aumentar as demandas e aprofundar o processo de repressão.
Não são por “equívocos” que o sistema penal brasileiro concentra sua atuação contra os negros, que são a imensa maioria da população prisional. Pelo contrário, nossas agências punitivas nasceram com essa missão, já ostentando em suas origens as mesmas narrativas hoje utilizadas para “dourar a pílula” do racismo institucionalizado: a necessidade de manutenção da ordem, a proteção dos cidadãos de bem, a urgência de promover a justiça contra os delinquentes.
Tenho entendido que o sistema penal brasileiro cumpre, em verdade, as funções de (i) ampliar as ferramentas de controle social sob a promessa da promoção da segurança de todos, (ii) promover o medo generalizado e o controle sobre corpos e comportamentos, não pela certeza de punição pela justiça criminal, mas pela truculência de sistema penal sem mecanismos de contenção, que mata, pune e prende em ritmo acelerado e, enfim, (iii) assegurar a perpetuação de um capitalismo excludente, pela garantia (violenta) da “ordem” em um contexto de conflitos latentes decorrentes da extrema desigualdade que vige no país. Desenvolvo esse argumento em dissertação de mestrado defendida na UnB em setembro de 2016 e que será lançada como livro pela Editora Revan esse ano, não sendo possível reproduzi-lo integralmente nesse artigo.
O mal banalizado não é, portanto, tão-somente uma dimensão que se refere exclusivamente à subjetividade humana. Ele é um instrumento poderoso de manutenção das desigualdades e reforço de exclusões sociais, oferecendo uma nova roupagem que atualiza o racismo puro e simples, o revestindo de cores mais “tragáveis”. Ele é reforçado nas ruas, escolas, igrejas e bares, mas sobretudo nos meios de comunicação, como explica tão bem Zaffaroni.
Isso não quer dizer, contudo, que o aparato de segurança pública e justiça criminal não seja capaz, em absoluto, de produzir algo positivo para a sociedade. Mesmo com as limitações estruturais e institucionais postas, uma polícia pode ter base comunitária e contribuir efetivamente para a prevenção da violência. Juízes podem adotar práticas restaurativas e promover espaços mais arejados para a resolução de conflitos, em contraste com o processo penal tradicional.
Agentes penitenciários podem promover uma gestão prisional menos baseada na repressão e na aflição, focando na garantia de direitos e na oferta de ferramentas para a (re)construção de trajetórias das pessoas encarceradas, de modo a torná-las menos vulneráveis a novos processos de criminalização. Ademais, na ausência de outros caminhos, imensas legiões de vítimas desse país tão violento depositam legitimamente sua pretensão de justiça nas mãos sistema penal – e não chegaremos a lugar nenhum negando ou ignorando as pretensões legítimas das pessoas, o que nos exige muita disposição para escuta, diálogo e construção de vias alternativas e verdadeiramente emancipatórias.
Como busquei demonstrar no artigo anterior da série, o governo atual apresenta-se, em sentido contrário, como entusiasta do discurso repressivo, completamente descompromissado com a segurança social ou com a preservação de vidas. Basta ver o plano de segurança pública lançado recentemente pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes: nenhuma palavra, por exemplo, sobre desarmamento – medida apontada unanimemente por especialistas e por organizações da sociedade civil como ponto crucial para a redução de crimes violentos no país. O foco é a repressão, o aumento de pena, o reforço simbólico à divisão social entre “nós” (cidadãos de bem) e “eles” (bandidos), contribuindo para o esfacelamento da solidariedade e abrindo caminho a facadas para políticas antissociais do governo Temer.
Não quero, ainda mais diante das disputas políticas concretas sobre modelos de segurança pública, afastar a militância reformista. Como uma engrenagem fundamental em uma sociedade capitalista desigual e excludente como a brasileira, o sistema penal e o aparato burocrático-repressivo a ele associado não serão substituídos por algo diferente amanhã.
Ele persistirá, em sua essência, enquanto perdurarem as bases materiais e simbólicas que o justificam e legitimam. Assim, é enorme a importância de se denunciar as contradições gritantes desse sistema e de se buscar estratégias para incidir sobre suas práticas e institucionalidades viciadas. Precisamos, tanto quanto possível, afastar o Estado e suas políticas públicas do ódio e da maldade dirigida contra aqueles que queremos aniquilar, direcionando-a no sentido da promoção da vida, de todos e todas.
Assim, é importante entender o Estado e suas agências (inclusive as penais) como espaços de disputa, sendo possível minimizar as opressões, em uma agenda ao mesmo tempo taticamente reformista e utopicamente emancipatória.  O próximo e último artigo da série se destina justamente a isso: apontar caminhos e elementos para uma agenda política progressista para os campos da segurança pública e da política penal e prisional.
Victor Martins Pimenta, graduado em Direito pela USP e em Ciência Política pela UnB, é mestre em Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade de Brasília (UnB). É Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e foi Coordenador-Geral de Alternativas Penais do Ministério da Justiça (2014-2016).
Via Justificando.com